Mais uma participação nossa em uma blogagem coletiva. Desta vez vamos falar sobre 10 mudanças para as famílias viajarem mais pelo Brasil, tema proposto pela Adriana do Diário de Viagem lá no Grupo Viagens em Família do Facebook.
Temos um país enorme, cheio de lugares lindos para visitar, mas geralmente acabamos viajando para o exterior. Por quê? Bem, são muitos os fatores: preço, qualidade de serviços, infraestrutura, respeito e até mesmo pra dar uma fugida daqui.
Mas esta blogagem coletiva não é para falar mal do nosso país (embora isso acabe sendo impossível). É para mostrar o que gostaríamos que melhorasse.
1. Melhor infraestrutura para circulação nas cidades:
A desculpa pelo transtorno ultimamente é a Copa, ou melhor, as obras para a Copa, mas convenhamos, a coisa já vem piorando há tempos. Cada vez mais carros na rua e zero investimento em mobilidade.
Em 2011 quando fomos à Califórnia vimos que em julho fechariam uma das freeways que andaríamos em Los Angeles para demolição e reconstrução de uma ponte e estavam prevendo um caos total. Não demos mais bola para o assunto, tratamos da nossa viagem e quando passamos por lá em setembro a ponte nova já estava em funcionamento! Na mesma viagem andamos bastante em um trecho da 101 que estava sendo reasfaltado. Durante o dia se notava pouca movimentação de trabalhadores, mas passamos em um trecho com asfalto velho em um dia, e no outro já estava todo novinho em folha. Todo o trabalho foi feito à noite, quando há menos trânsito. Agora, a que horas arrumam estrada aqui no Brasil? De preferência quando tem mais movimento!
A solução? Investimento, é óbvio, e menos burocracia não faria mal! Mas ampliar o horário de trabalho é uma. Vemos algumas obras andando das 9 as 17. Poxa, Daria para ter dois turnos de trabalho. Isso diminuiria em muito o tempo de duração e o transtorno causado, tanto para quem mora ao lado da obra quanto para quem passa por ela todo santo dia!
2. Aeroportos com instalações e serviços adequados à demanda:
Esta todo munto está careca de saber. Vamos pegar como exemplo o Aeroporto Internacional Salgado Filho, aqui de Porto Alegre. Foi construído um terminal novo cuja obra foi entregue em 2000. Em 2010 ele já estava operando no limite!
E os serviços? Na área de embarque doméstico há uma mísera cafeteria (no internacional um quiosque!) para atender a todos. Fora do embarque a situação não é diferente. Muitos lugares vazios porque o aluguel cobrado pela Infraero é altíssimo. Quem viaja acaba com opções super reduzidas de serviços e ainda tem que pagar um absurdo por qualquer coisa.
Sem falar que não há lugar para todo mundo sentar para esperar o seu voo. Também, sentar pra quê, se a cada cinco minutos avisam que o portão de embarque mudou!
A solução? Parar de pensar só em tapar o buraco que existe ou fazer um remendo. Que tal já planejar pensando lá pra frente, para daqui a 30 anos, pelo menos?
3. Mais respeito ao turista
Essa aqui vai englobar vários outros itens de forma direta e indireta, mas o ponto mesmo é respeito com o turista. As vezes nos sentimos lesados simplesmente pelo fato de sermos de fora. E também nem precisa ser de fora. Na nossa última viagem fomos ao aeroporto de táxi e o taxista esqueceu de ligar o taxímetro - e só nos demos conta quando chegamos ao aeroporto. Sabíamos o quanto seria a corrida, mas acabamos pagamos um pouco a mais do que realmente seria se o taxímetro estivesse ligado.
Aqui também vale a ganância das locadoras de automóvel. Pelo valor que se aluga uma carrão lá fora, aqui a gente aluga um carrinho. Nada contra o carrinho. Em Florianópolis alugamos um carro e a única exigência era direção hidráulica e ar condicionado, mas o valor ficou bem acima do que estamos acostumados a pagar.
Nessa mesma viagem chegamos super cedo ao hotel, antes das 8 da manhã. Pedimos se poderíamos já fazer check-in e a resposta foi que não. Perguntamos se o hotel estava lotado, e a resposta foi não! E complementada por "a tarifa que vocês pagaram não dá direito a early check-in". E quando perguntamos se poderíamos ter um upgrade de categoria? A resposta? Não. Ah, sim, havia disponibilidade, mas a tarifa que a gente pagou... Late check-out então? Nem tivemos coragem de pedir.
A política do hotel é um tanto grosseira, o que talvez pudesse ter sido minimizado com um "o hotel está lotado". Nós nunca iríamos descobrir e ainda não teriam nos desrespeitado!
Lá fora já tivemos situações parecidas em que mesmo pagando preço promocional fomos muito bem tratados. Já nos deram upgrade sem que a gente precisasse perguntar. No mesmo hotel tivemos que trocar de quarto porque no que estávamos começou um barulho de motor que não nos deixava dormir e por algum motivo naquele dia o nosso novo quarto não foi arrumado. Reclamamos e conseguimos um late check-out para as 4 da tarde no dia da saída! No Pop Century, da Disney em Orlando, nos reembolsaram o valor de uma diária porque havia um vazamento no banheiro e para o conserto teríamos que ficar algumas horas fora do quarto.
4. Menos violência
Essa assusta. Há lugares em que não nos sentimos seguros nem mesmo aqui em Porto Alegre. Honestamente não temos coragem de sair no centro da cidade com a máquina fotográfica. Aqui a gente sai na rua desconfiado de tudo e de todos. Claro que no exterior não é um mar de rosas, mas lá a violência que temos de ficar de olho é a do ladrãozinho mão leve. Em Nova York, Orlando, Chicago, Paris e Londres assumimos o "sou turista, sim, e daí?", isto é, andamos com a máquina fotográfica pendurada no pescoço (claro que nem sempre). E desde que fomos assaltados a mão armada em uma praia dita particular em Cabo Frio, nunca mais baixamos a guarda, então, mesmo lá fora, ficamos de olho e se suspeitamos de qualquer coisa apressamos o passo, entramos em uma loja, ou damos uma maneira de despistar.
Muitas vezes ficamos na rua após as 10 da noite em cidades como Santiago, Paris, Nova York e Chicago e nunca nos sentimos inseguros. Porto Alegre a esta hora, a pé, nem pensar!
Então, o que gostaríamos é de ter mais paz para poder tirar nossas fotos alegremente e sem preocupação e de passear sem ter medo de sofremos algum tipo de violência.
5. Preços menos exorbitantes
Parece que qualquer coisa voltada para o turista custa pelo menos o dobro do que para uma pessoa comum.
Vamos começar pelo aeroporto. Os preços de alimentação aqui no Salgado Filho são bem mais altos do que em qualquer lugar idêntico fora do aeroporto. Uma água por R$5,00! Em Guarulhos vimos um estrangeiro pagar R$40,00 por uma cerveja e um sanduíche no embarque internacional.
Os hotéis também. Vai ver o preço de um hotel no Rio de Janeiro ou em Gramado. Dá pra encontrar hotel em Nova York que cobra menos! Uma semana na Disney em Orlando chega a custar o mesmo que igual período no Beach Park (contando aéreo, hotel e ingressos). O mesmo vale pra uma semana em um all inclusive legal da República Dominicana quando comparado a um resort similar no nordeste. Não é chute, nós já fizemos as contas!
7. Lugares públicos mais adequados a famílias
Nos Estados Unidos, França, Inglaterra e Chile encontramos praças públicas com espaços muito bacanas para os pequenos brincarem.
Aqui em Porto Alegre as poucas praças que possuem um espaço para os pequenos têm brinquedos antigos, mal conservados e até mesmo com condições de higiene da areia um tanto quanto duvidosas.
Gostaríamos que fosse investido mais nestes locais, e que os moradores também ajudem a cuidar a preservar dos brinquedos.
8. Estradas transitáveis e seguras
A gente se apavora com as notícias do número de acidentes no Brasil. As estradas são em sua maioria simples, mal cuidadas e mesmo as que possuem pedágio (caríssimo, por sinal) sofrem deste mal. A educação do brasileiro no trânsito também não é das melhores, ao menos quando dirigem aqui. Quando vão para fora obedecem limite de velocidade, dão preferência e elogiam como tudo funciona. E aqui? Parece que as regras não se aplicam a muita gente e a buzina faz parte do corpo, não do carro.
Já dirigimos nos Estados Unidos, Alemanha, Áustria, Hungria, Eslováquia e Chile e nunca tivemos medo de que viesse um louco ultrapassando na contramão em uma curva.
Investimento, fiscalização e claro que educação por parte da população são bons começos para melhorar.
9. Transporte público de qualidade
Quem já não ouviu falar que país desenvolvido é aquele onde o rico usa transporte público? Em Londres abusamos do Oyster Card. Em Nova York recarregamos nosso MetroCard diversas vezes, em Roma e Chicago, também só metrô e ônibus. Em Buenos Aires e Santiago, a primeira opção sempre foi o metrô.
E aqui? Em Salvador perguntamos para um guarda no aeroporto se era tranquilo ir de ônibus até o centro. A resposta não foi explícita, mas entendemos como um "melhor não"!
10. Serviços adaptados para famílias
Às vezes parece que não se viaja em família pelo Brasil. Conseguir um quarto triplo é um suplício. Na viagem a Florianópolis se colocássemos no Booking que o quarto era para duas pessoas as opções eram intermináveis. Ao acrescentar uma criança, as opções diminuíam, e o preço aumentava na proporção inversa! Uma família com dois filhos tem que pagar dois quartos na maioria dos hotéis, fora que ainda limitam a idade da criança para, geralmente, até 6 anos. Acima disso já pagam como outro adulto.
Nos Estados Unidos é praxe os hotéis terem duas camas de casal e menores de 17 nem pagam adicional, ou seja, a família consegue ficar em um só quarto e gastando bem menos.
E fraldários? A gente já não precisa mais, mas encontrávamos quase sempre somente no banheiro feminino. Pai não troca fralda neste país?? E quando o pai tem que levar a filha menina no banheiro? Somente ultimamente temos visto banheiros para famílias.
Bem, estas são as nossas reivindicações. Aqui segue a lista dos demais blogs que estão participando desta blogagem coletiva que pode ser acompanhada nas redes sociais por #queremosviajarpelobrasil. Na medida que os outros blogs forem publicando seus posts, vamos atualizar a lista.
1 - Adriana Pasello - Diário de Viagem http://www.diariodeviagem.com/
2 - Claudia Boemmels - Brasileiros mundo afora http://
3 - Flávia Peixoto - Viajar é tudo de bom! http://
4 - Claudia Rodrigues - Felipe, o pequeno viajante http://
5 - Andreza Trivillin - Andreza Dica e Indica Disney http://
6 - Thyl Guerra - Viajando com Palavras http://
7 - Eder Rezende - Quatro Cantos do Mundo http://
8 - Ana Luiza Fragoso - Oxente Menina http://www.oxentemenina.com/
9 - Adelia Lundberg - Paris des Petits http://
10 - Débora Galizia - Viajando em familia http://
11 - Márcia Tanikawa - Os Caminhantes Ogrotur http://oscaminhantes.com/2014/
12 - Karen Schubert Reimer - As Aventuras da Ellerim Viajante http://ellerimviajante.com.br/
13 - Thiago Cesar Busarello - Vida de Turista http://www.vidadeturista.com/
14- Regeane Nicaretta- Dicas da Rege http://dicasdarege.com/2014/
15 - Debora Godoy Segnini - Gosto e Pronto http://www.gostoepronto.com/
16- Erica Piros Kovacs - Viagem com Gêmeos http://viagemcomgemeos.com/
17 - Francine Agnoletto - Viagens que Sonhamos http://
18 - Sut-Mie Guibert- Viajando com Pimpolhos http://
19 - Ana Cintia Cassab Heilborn - Travel Book Blog http://www.travelbook.blog.br/
20 - Flávia Maciel - Bebê Pelo Mundo http://
21 - Claudia Bins - Mosaicos do Sul http://
22 - Patrícia Tabalipa - Roteiro Baby Floripa http://
23 - Andrea Almeida Barros - Do RS para o Mundo http://
24 - Patrícia Papp - Coisas de Mãe http://
25 - Susana Spotti - Viagem Simplesmente http://
26 - Patricia Longo Tayão - Viajar hei http://www.viajarhei.com/2014/
Vania Garcia
Muito bom!!! Claro e objetivo! Parabens!!!
Malas e Panelas
Obrigado Vania!
Abraços
Ana Lu Fragoso
Esqueci de falar sobre os preços dos produtos nos aeroportos no meu post, mas não é só estrangeiro que paga absurdo em Guarulhos não! Lembrei que quando eu e meu marido voltávamos do Peru, viemos por Guarulhos para vir pra Recife, na sala de embarque cada um pediu um café/capuccino e um sanduíche de queijo e pagamos mais de R$ 40,00. Absurdo!
Ótimas colocações. Abraços!
Malas e Panelas
Olá Ana
Pois é, nós também estamos sujeitos a estes preços!
Abraços
Susana Spotti
É...acho que somos quase unânimes...tem coisa para mudar!
Malas e Panelas
E tem mesmo, um pouquinho de cada vez já é um começo!
Adriana Pasello
Puxa Luciano, que deserviço esse hotel te prestou em Floripa. Não consigo evitar de pensar que falta visão de gestão no turismo. Se os hotéis vissem os hóspedes como clientes, eles se apressariam por atender as necessidades e não em cumprir burocracias. Isso porque foi em cidade turística.... a impressão que dá é que faltou dizer: não tá contente? procure outro!
Muito bem lembrada também a questão da configuração do quarto. Se você tem problemas com uma, imagine nós com dois filhotes!
E, apesar de tudo, ainda #queremosviajarpeloBrasil sil sil !!!
Malas e Panelas
Oi Adriana
Foram infelizes no tratamento. Tivemos a impressão de que o tratamento foi assim pois chegamos só de mochila no hotel que dizem ser o top da cidade! Será que se tivéssemos chegado com um malão cada um teria sido diferente? Pois isto não quer dizer absolutamente nada, não é mesmo? Nós não voltaremos! Mas logo após tivemos uma ótima experiência em outro hotel em Arraial d'Ajuda.
Seria bom se os hotéis aqui fossem como nos EUA, com duas camas de casal em cada quarto!
Abraços,
Andrea.
Susana
Acabamos de chegar de Fortaleza. Sabe o que mais ouvimos por lá? Não ande a pé. Pegue táxi a violência está muito ativa em nossa cidade 🙁
Malas e Panelas
Puxa vida Susana. Dá uma uma tristeza, não é mesmo?
Abraços
Patricia Longo Tayão.
Aqui no Rio não é diferente Luciano, os espaços públicos destinados a crianças, quando existem, são mal cuidados, desinteressantes e em lugares com uma péssima limpeza, aparência, e cheio de pedintes e mendigos, o que que nos deixa com medo, usando apenas aquilo que é oferecido em nossos condomínios.
Malas e Panelas
Patricia. Com tantos espaços públicos que nossas cidades têm, seria lógico usá-los. É uma delícia poder deixar os pequenos correrem e de divertirem em uma praça, mas infelizmente são poucas as que podemos deixá-los fazer isso por aqui.
Abraços