Atacama com crianças: Valle de la Muerte e Valle de la Luna

No nosso segundo dia no Atacama acordamos cedo. Pela manhã iríamos ao Valle de la Muerte e Valle de la Luna.

Como falamos no post sobre o Salar de Atacama, o hotel Tierra Atacama, onde ficamos hospedados, faz alguns passeios de forma diferente das agências locais, e o passeio ao Valle de la Muerte e Valle de la Luna é um deles. A maioria das agências leva o pessoal à tarde para estes lugares, mas nós fomos pela manhã. Resultado: mais uma vez a sensação de que o deserto era só para o nosso grupo.

Saímos do hotel as 9 da manhã. Nosso grupo era nós três mais um casal com duas crianças, de seis e três anos, a Olívia e o João - que ficaram super amigos da Isabella.

Do hotel fomos ao Vale da Morte. No caminho o guia Felipe, não o mesmo do dia anterior, disse que o nome acabou sendo por um mal entendido. A pessoa que descobriu este lugar disse que parecia Marte, e em razão do espanhol dele ser fraco, o pessoal local entendeu muerte, e o nome acabou ficando esse.

Dá pra entender bem o porque dos dois nomes: a paisagem parece de outro planeta, e Marte seria o mais apropriado, pela argila vermelha que compõe o local. Mas muerte não é tão errado também. Se chegar muito perto da borda do mirante, é o que se vai encontrar 😯

De qualquer forma, impressionante.

Claro que a gente ficou de olho na Isabella TODO o tempo! Cada vez que ela queria chegar perto da borda ela era gentilmente convidada a voltar para uma distância segura, que na visão de qualquer pai e mãe é pelo menos o dobro do realmente necessário 🙂 Neste passeio vemos o Valle de la Muerte de cima. Ainda teríamos que esperar até o dia seguinte para ficar dentro dele.

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Saindo de lá trocamos de astro e fomos ao Valle de la Luna. Mais uma vez em um mirante, de onde pudemos observar todo o vale. Aqui o nome vem em razão da paisagem lembrar a Lua, com partes brancas - e todo aquele branco é sal!

Para os corajosos, há uma formação que permite fotos de arrepiar! Mas quando chegamos sobre esta pedra, vemos que não é tão íngreme assim. Claro que com crianças todo cuidado é pouco, então, mais uma vez aqui ficamos de olho na pequena que queria chegar perto para olhar e tirar suas fotos.

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E foi aqui que as crianças finalmente se enturmaram.

O sol estava forte e era hora de seguir caminho. Iríamos entrar no Vale da Lua.

Durante o caminho o guia disse que o Valle de la Luna é grande e que não conseguiríamos ver tudo, então teríamos que escolher dois pontos principais. As sugestões eram a grande duna, as Três Marias e as cavernas de sal. O próprio Felipe disse que para as crianças seria mais interessante a grande duna e as cavernas, então todos concordamos que a aventura deveria ser para os pequenos.

Chegamos à entrada do parque do Valle de la Luna, fizemos uma pausa para o banheiro enquanto o Felipe buscava os ingressos - nos passeios com o Tierra Atacama todos os ingressos já estão incluídos - e aproveitamos para tirar mais algumas fotos.

Voltamos à van e pouco tempo depois estacionamos. Pegamos uma garrafa de água e lá fomos nós subir a grande duna. Nesta caminhada iríamos chegar a 2600m.

Durante a subida o Felipe foi explicando sobre a formação geológica do lugar, sendo possível ver as formações de gesso cristalizado entre as rochas e que deveríamos ficar sempre dentro do caminho estabelecido, pois aquela era uma área de preservação.

Este passeio é ótimo para a aclimatação. Mesmo sendo uma trilha fácil, a gente nota que falta ar, especialmente na subida na areia! Haja perna! Ah, as crianças subiram numa boa. Chegaram lá em cima, deram uma olhada e inventaram uma brincadeira. Começaram a cavar na areia e fazer um buraco, pois queriam colocar dentro um cachorro que havia chegado junto com um outro grupo. O cachorro até chegou perto dos pequenos, mas ele nem deu bola pra ideia deles.

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Até uns dois anos atrás era possível caminhar sobre esta duna, mas desde que a administração passou aos locais, foi proibida. Foi uma atitude certa, pois é difícil imaginar um bando de gente caminhando por lá. Tiraria a beleza do lugar.

Descemos, voltamos para a van. Próxima parada: as cavernas!

Como as cavernas seriam o ponto alto desta parte do passeio, antes fomos até uma parede de sal que estalava. A diferença de temperatura entre a noite e o dia faz com que o sal se comprima à noite e, durante o dia, com o sol, se expanda, fazendo com que estale. Muito bacana ficar lá no silêncio ouvindo os estalinhos da parede. Mas o Felipe falou uma coisa que nos fez ver a fragilidade do local: que ele não gostaria de estar por lá em um dia de chuva. Por quê? Porque a chuva faz com que o sal dissolva. Por esta razão as paredes são ranhuradas e a paisagem está constantemente mudando, especialmente após a época das chuvas, em fevereiro.

As crianças não estavam muito pacientes e logo fomos às cavernas.

Que aventura! Em alguns pontos tivemos que nos agarrar às paredes e em outros nos abaixar e até quase rastejar - no escuro!!!

Andamos um pouco assim até chegar a uma abertura na rocha que nos deixava de cara com um paredão de sal, todo esculpido pela chuva.

As crianças queriam mais aventura, então começamos a voltar pelo mesmo caminho. A empolgação era tanta que tínhamos que correr atrás delas.

Falta de ar e cansaço? Só os adultos sentiram! O Felipe foi quem as companhou, e no final ainda fez uma corrida até a van.

De recompensa pelo bom comportamento o Felipe ofereceu refrigerantes e chocolate 🙂

Voltamos ao hotel e tratamos de descansar um pouco. Mas só um pouco, pois logo fomos almoçar e preparar-nos para o passeio da tarde: a Laguna Cejar.

Nossas andanças neste passeio em um mapa:

.Quem aí já foi ao Atacama com crianças? Elas curtiram esses passeios? E quem ainda não foi, tá ficando com vontade? 😉

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