Quando a gente estava escolhendo os passeios que gostaríamos de fazer, colocamos a Laguna Cejar na lista dos imperdíveis. Com uma concentração bem mais alta que a do mar, qualquer um flutua sem fazer qualquer esforço, como no Mar Morto. A Isabella via as fotos das pessoas lendo revistas dentro da água e achava o máximo.
Então no nosso segundo dia no Atacama, depois de passar a manhã no Valle de la Muerte e Valle de la Luna, nos aprontamos para flutuar, afinal de contas, achamos que ainda vai demorar pra irmos pras bandas do Mar Morto 🙂
Saímos do hotel as 15. O mesmo grupo do passeio da manhã. No caminho passamos por uma tempestade de areia. O deserto é vivo! Impressionante. Parecia neblina 🙂
Tempestade de areia
Um pouco mais e chegamos. Na área do estacionamento há banheiros e vestiários, mas nós queríamos é entrar na água logo!
Mas quando saímos do carro vimos que o vento estava muito forte, quase insuportável, fazendo até ficar frio! Conversando com o motorista ficamos sabendo que a temporada dos ventos estava chegando (como que a gente não sabia disso!)
O nosso guia carregou um carrinho de mão com toalhas e alguns galões de água para nos "enxaguar" depois do banho.
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No caminho até a laguna
Sim, o vento estava chato, mas a paisagem é demais!
O onipresente vulcão Licancabur
Aquela água límpida era um convite. Como o Luciano e a Isabella já estavam com roupa de banho por baixo (eu já pressentia que não teria coragem de enfrentar a água gelada 🙂 ), se arrumaram ali mesmo ao lado da água e foram pro banho, seguindo as recomendações de não mergulhar a cabeça, em razão da alta quantidade de sal que faria arder os olhos.
Primeiro pé na água e a vontade de ter a experiência de flutuar sem esforço foi posta em dúvida. Grande dúvida. A temperatura da água era de meros 15 graus 😎 Mas o Luciano disse: Já que estamos aqui...
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Aqui estão as palavras do corajoso: A cada passo a profundidade aumentava e a quantidade de agulhas que eram fincadas nas pernas também. Sério. A água estava tão fria que a sensação era de que haviam agulhas na água.
A Isabella parou quando a água passou do joelho 🙂 Não aguentou e voltou pra fora.
Mas o Luciano não desistiu! Ao chegar em uma profundidade razoável, sem titubear se abaixou e só deixou a cabeça de fora d'água. Ele até tentou relaxar para experimentar a flutuação, mas quem disse que era possível?
Meu corpo todo tremia de frio. Levantei, mas o vento cortava. Me joguei de novo na água, que na segunda vez já não pareceu estar tão fria. Um pouco mais acostumado deu pra relaxar e flutuar, mas, honestamente, não vi diferença nenhuma entre flutuar ali e no mar! Quer dizer, no mar nunca foi tão frio 🙂
A prova de que um de nós efetivamente entrou na água 🙂
Saindo da água o guia o enxaguou com água "doce". Ele acabou se secando e se trocando ali mesmo. Com o frio que ele estava seria uma tortura ir até o vestiário naquele vento.
Olha só a cara de quem estava adorando o frio
A Isabella até que tentou mais uma vez, mas não conseguiu entrar. Desistiu, mas mesmo assim, gostou da brincadeira.
O problema foi que ela não tirou direito o sal e começou a arder quando ela caminhava. Como tínhamos uns lenços umedecidos na mochila passamos nela e logo ela estava correndo por lá novamente. Qualquer respingo de água deixava uma crosta de sal na pele, por isso a importância de tirar bem a água da laguna.
o sal residual quando não tiramos a água da laguna do corpo
Demos mais umas voltas apreciando a paisagem e voltamos para a van.
No caminho de volta à van vimos uma outra lagoa um pouco mais distante. O guia falou que aquela era a Laguna Cejar. A que eles entraram era a Laguna de Piedras!! A Cejar é área de preservação então não pode ser acessada.
A verdadeira Laguna Cejar
No caminho de volta as crianças vieram comentando sobre a aventura de entrar naquela água gelada, e os adultos sobre a loucura. No auge do verão deve ser o máximo, para escapar do calorão, mas nesta época, melhor pensar duas vezes!
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Parabéns pelo blog!
Em que época vc foi ao Atacama?
Olá Bruna,
Nós fomos no finalzinho de agosto.
Um abraço,
Andrea