Como a gente já falou, a viagem ao Atacama no ano passado (agosto de 2014) surgiu como um desvio de rota. Queríamos ir para o sul do Chile, mas acabamos rumando para o norte. Além de encontrar paisagens incríveis, sabíamos que estaríamos indo para um ambiente um tanto quanto inóspito para quem mora ao nível do mar e onde a umidade relativa do ar na casa dos 70% é considerada baixa!
Durante a viagem chegaríamos próximo aos 5000m acima do nível do mar e encontraríamos índices de umidade relativa de um dígito apenas. E confessamos que isso nos fez repensar se ir ao Deserto do Atacama com criança (nossa pequena na época tinha 7 anos) não seria muita loucura - para não dizer irresponsabilidade!
A apreensão aumentou ainda mais quando começamos a ler sobre os efeitos da altitude no organismo (quando chegamos a edema cerebral o coração gelou). E se... não saía da nossa cabeça. E se a Isabella passar mal? E se precisar de atendimento? "Pais irresponsáveis" brilhava como um letreiro na nossa testa.
Fomos atrás de mais informações. Para edema cerebral a recomendação era de descer, imediatamente, pelo menos 500m e buscar atendimento médico. Mas só acontece em grandes altitudes, com exposição prolongada e sem aclimatação adequada. Ou seja, não seria o nosso caso. Começamos a nos tranquilizar.
Cada um foi ao seu médico antes da viagem e foram unânimes em recomedar: vão com calma, se hidratem bastante e se acostumem com a altitude antes de subir mais (isso é a aclimatação). Remédio para ajudar? Nenhum.
Escolhemos um hotel com passeios incluídos na diária e com avaliações que indicavam ter uma equipe de primeira. E mais: o único que mostrava crianças nas fotos! Aqui contamos como foi nossa estadia no hotel Tierra Atacama. Também contratamos um super seguro de viagem e partimos ao planejamento em si.
Achar passeios na altitude de San Pedro (2500m acima do nível do mar) foi fácil. Achar passeios a altitudes maiores também, mas, será que estes seriam adequados a crianças?
A Cíntia do Chile para Crianças levou a pequena pra lá mas não arriscou os passeios de grandes altitudes - a pequena dela foi ao Atacama com 2 anos a menos que a nossa.
Decidimos que sim, iríamos aos passeios mais altos (4300m acima do nível do mar), mas aí surgiu outra dúvida.
E se a Isabella se entediar? E se ela não gostar? O que fazer?
Se não teria nem banheiro para usar em alguns passeios, quem diria parquinho, pracinha ou sorveteria!! A única promessa viável de ser feita seria que quando voltássemos ao hotel ela poderia ficar um tempão na piscina. E olha que isso já funcionou muito bem em algumas viagens.
Bem, era o que teríamos que fazer. Não nos restaria outra coisa além do tablet - mas ao mesmo tempo imaginar ela perdendo aquilo tudo para ficar olhando uma telinha não caía muito bem.
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Resolvemos experimentar e levar uma máquina fotográfica já quase aposentada para a Isabella. Seria a máquina fotográfica dela na viagem. Somente para ela usar. E ela só ficou sabendo disso alguns dias antes da viagem.
Depois de ter decidido fazer a viagem, foi a melhor ideia que poderíamos ter tido 🙂
No primeiro dia ela tirou muitas fotos no Salar do Atacama. Queria parar para registrar tudo que o guia falava e às vezes até ficávamos pra trás esperando ela tirar as fotos.
Internet ilimitada na viagem
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Na manhã do segundo dia uma outra família com crianças fez parte do nosso grupo no passeio ao Vale da Morte e da Lua. Demorou um pouco para que se enturmassem. Enquanto isso a Isabella foi tirando as fotos dela, mas depois, até esqueceu da máquina. E assim foi no passeio da tarde à Laguna Cejar. A Olívia, com 5 anos e o João, com 3, mais a Isabella faziam a festa nas refeições, nos passeios e na piscina.
No passeio às Termas de Puritama e na caminhada nas cornisas, as crianças aproveitaram muito, e se divertiram ainda mais - e a Isabella usando a máquina dela.
Nos outros dias nos desencontramos da Olívia e do João nos passeios. A Isabella voltou a usar mais a máquina dela. Ela também estava impressionada com o Atacama.
O tablet não saiu do quarto do hotel. A única vez em que a Isabella pediu para usar algo tecnológico foi no carro na ida ao Salar de Tara, afinal de contas, foram duas horas de viagem para ir e duas para voltar. Era o penúltimo dia e ela brincou um pouco com o celular, mas sem deixar de prestar atenção a tudo que o guia indicava durante o percurso.
Acordar cedo em casa é maldade, e em viagem ainda mais, mas no dia do passeio aos Geisers del Tatio, a Isabella não reclamou. Acordou de bom humor e logo quis saber se a máquina dela estava na mochila!
O que a gente achava que seria uma viagem bacana foi uma viagem muito, mas muito mais legal do que poderíamos ter imaginado. Além do Atacama ter nos surpreendido, a Isabella também curtiu muito caminhar no sal, tomar banho em uma lagoa gelada - e salgada!, em um rio quente, andar a cavalo, descer dunas gigantes e passear em cenários que pareciam de outro mundo.
Seguro Viagem vale a pena?
Seguro viagem a gente não quer usar, pois se precisarmos, quer dizer que deu algum imprevisto na viagem. Nós nunca viajamos sem seguro viagem, pois no exterior qualquer atendimento pode custar uma fortuna. Usamos a WorldNomads que tem planos excelentes para famílias, com coberturas excelentes.
A preocupação dela passar mal foi infundada. As crianças têm uma capacidade de adaptação formidável! Ela não sentiu absolutamente nada. Nem mesmo uma tonturinha ou pequeno enjoo. Encarou super bem os 4800m acima do nível do mar na estrada (4300m no Salar de Tara e Geisers del Tatio) e a umidade relativa do ar que era baixíssima para nós, mas alta para o Atacama: 15%!!
Ela teve uma super aventura, conheceu um lugar novo, aprendeu muitas coisas, comeu coisas diferentes (comeu espetinho de lhama e adorou) e fez fotos formidáveis!
Por falar nisso, com exceção da primeira foto, todas as outras deste post são da Isabella.
Então, Atacama com crianças não é uma loucura - é uma super viagem!
Para ver todos os passeios que fizemos e tudo que publicamos sobre o Atacama, dê uma olhada no nosso post índice sobre o Atacama, ou aqui, se você quer ver uma foto de cada lugar.
E um vídeo resumindo a viagem
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Adooooorei o post! Parabéns, Isabella. Lindas fotos.
Beijos
Alexandra
Malas e Panelas
Oi Alexandra,
Obrigada!
Beijos
Patricia Tayão.
Cada vez mais, vejo que nossas preocupações em viagens com crianças são infundadas, eles se adaptam muito mais rápido que nós a situações e climas diferentes, no final das contas, somos nós que precisamos nos adaptar!
Adorei as fotos da Isabella, já fiz isso em viagens com meu filhote e nos rendeu lindas fotos para o blog.
Abraços Andrea e Luciano!
Daniela Leite Baptista
Muito bom ler isso! Estou indo com meus gêmeos de 8 anos pro Atacama em julho/2017, também tenho meus receios! Seu post me tranquilizou!
Malas e Panelas
Oi Daniela
Que bom que o post lhe ajudou.
Não esqueça de dar uma olhada nos demais posts que temos sobre o Atacama!
Abraços
Rosa Cristina Vieira
VC foi em agosto? Estou querendo ir com meu pequeno de 9 anos, mas estou quase desanimando por conta de alguns guias que não indicam esses passeios para criança. Mas estou impressionada que sua filha ainda entrou mais água gelada e encarou a altitude do Geyser sem passar mal...
Malas e Panelas
Olá Rosa,
Fomos em agosto e estamos achando que esses guias não querem crianças nos seus grupos! Qualquer um pode passar mal e as crianças são bem mais resistentes que a gente. Eu passei um pouco mal nos primeiros dias e a Isabella ficou super bem todo o tempo. Mas é bem importante fazer a aclimatação, deixando os passeios com maior altitude para os últimos dias.
Um abraço,
Andrea
Vitor2010
Olá Andrea!
Obrigada por responder. Na verdade não terei muito tempo no Atacama para aclimatação. Serão apenas 3 dias. Então pretendo fechar o passeio para Lagunas Escondidas no primeiro dia, e dependendo como ele se sentir fecho os demais quando estiver lá.
Obrigada!
E adorei suas dicas...
Rosa Cristina
Ana Karina
Ola, Andrea e Luciano! Estou querendo fazer esta viagem com um filho de 3 anos e outro de 6. Fora as questões de entretenimento, vocês acham que não haverá problemas de adaptação para o de 3 anos também? Eu não estava nem cogitando levá-los até encontrar o post de vocês =)
Malas e Panelas
Olá Ana
Quando estávamos lá, também estavam hospedados no hotel uma família com um pequeno de três anos e a maiorzinha de cinco. Assim como a Isabella, não sentiram nada. Nós não fizemos o passeio aos geisers com eles, mas nos contaram que o pequeno só enjoou um pouco em razão das curvas da estrada. Como falamos, a Isabella tinha 6 anos quando fomos para lá e ela se saiu super bem. A médica dela disse para ir com calma e fazer os passeios a altitudes maiores apenas depois de bem aclimatados. Sugerimos que você também leve os seus ao pediatra para uma opinião.
No hotel falaram que os que sofrem mais são os bebês e os adultos!
Abraços